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O Brasil ocupa a 11º posição no ranking mundial de países que mais publicaram estudos sobre a Covid-19 desde o início da pandemia do coronavírus. Até 17 de outubro, foram 168.546 publicações científicas relacionadas à doença em todo o mundo. Dessas, 4.029 são assinadas por pesquisadores que trabalham no País. O resultado coloca a produção brasileira à frente de países como Holanda, Suíça e Japão.

O levantamento foi realizado pela Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica e utiliza a plataforma Dimensions, uma base de dados internacional com atualização diária. Para o pró-reitor de Pesquisa da USP, Sylvio Canuto, os números confirmam a tendência de bom desempenho da produção científica brasileira.

Brasileiros influentes

Dezenove brasileiros integram a lista “Pesquisadores Altamente Citados 2020”, divulgada pelo site Web of Science, da empresa Clarivate Analytics. A publicação visa reconhecer cientistas que demonstraram ampla e significativa influência em seu campo de atuação por meio da publicação de artigos frequentemente citados por seus pares durante a última década.

Ao todo, 6.389 pesquisadores de mais de 60 países foram incluídos na lista de 2020, sendo 3.896 cuja produção científica teve impacto em áreas específicas e 2.493 com impacto cruzado (cross-field) em diversos campos do conhecimento. A seleção foi feita com base no número de artigos altamente citados que os autores produziram ao longo de 11 anos – de janeiro de 2009 a dezembro de 2019 – por especialistas em bibliometria do Institute for Scientific Information, ligado à Clarivate.

Entre os 19 brasileiros incluídos no ranking, 11 estão sediados no Estado de São Paulo e nove têm apoio da FAPESP: Paulo Artaxo (Geociências), do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP); Álvaro Avezum (cross-field), do Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese; Andre Brunoni (cross-field), da Faculdade de Medicina (FM) da USP; Geoffrey Cannon (Ciências Sociais), da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP; Henriette Azeredo (Ciências Agrícolas), da Embrapa Agroindústria Tropical em São Carlos; Mauro Galetti (Meio Ambiente e Ecologia), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro; Renata Bertazzi Levy (Ciências Sociais) , da FM-USP; Maria Laura C. Louzada (Ciências Sociais), do Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (ISS-Unifesp); Carlos Augusto Monteiro (Ciências Sociais), da FSP-USP; Helder Nakaya (Imunologia), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP; e Anderson S. Sant’Ana (Ciências Agrícolas), da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Também figuram na lista Fernando C. Barros (cross-field), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Mercedes Bustamante (cross-field), da Universidade de Brasília (UnB); Adriano Gomes da Cruz (Ciências Agrícolas), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ); Mônica Queiroz de Freitas (Ciências Agrícolas), do Departamento de Tecnologia dos Alimentos da Universidade Federal Fluminense (UFF); Pedro Hallal (Ciências Sociais), da UFPel; Luis Augusto P. Rohde (Psiquiatria e Psicologia), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Felipe Schuch (Psiquiatria e Psicologia), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); e Cesar Gomes Victora (Ciências Sociais), da UFPel.

Como em anos anteriores, os Estados Unidos dominam a lista com 2.650 dos autores mais citados (41,5%), mas a participação relativa do país no ranking diminuiu em relação a 2019 (44%). Em seguida estão: China, com 770 pesquisadores (12,1%); Reino Unido, com 514 (8%); Alemanha, com 345 (5,4%); e Austrália, com 306 (4,8%).

A Harvard University (Estados Unidos) é mais uma vez a instituição com a maior concentração de pesquisadores altamente citados do mundo – ao todo são 188. Em segundo lugar está a Chinese Academy of Sciences (China), com 124 autores. (Com informações do Estadão e da Fapesp).