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5 de julho de 2020Por redaçãoSó
Notícia Boa-
Notícia Boa-
Ricardo Sobhie Diaz – Foto:
Divulgação/Unifesp
Divulgação/Unifesp
Será finalmente a cura da Aids?
Um tratamento experimental desenvolvido por pesquisadores da Unifesp,
Universidade Federal de São Paulo, está conseguindo eliminar o vírus HIV de um
paciente há 17 meses.
Um tratamento experimental desenvolvido por pesquisadores da Unifesp,
Universidade Federal de São Paulo, está conseguindo eliminar o vírus HIV de um
paciente há 17 meses.
Isso quer dizer que há quase 1
ano e meio o vírus não é mais detectado no corpo dele. Por cautela, os
cientistas brasileiros evitam falar em cura da doença, mas ficaram animados com
a descoberta.
ano e meio o vírus não é mais detectado no corpo dele. Por cautela, os
cientistas brasileiros evitam falar em cura da doença, mas ficaram animados com
a descoberta.
O homem, que preferiu não ser
identificado, descobriu que estava HIV há 8 anos. Mesmo sem tomar o coquetel de
remédios há um ano e meio o rapaz permanece sem os sinais do vírus no corpo.
identificado, descobriu que estava HIV há 8 anos. Mesmo sem tomar o coquetel de
remédios há um ano e meio o rapaz permanece sem os sinais do vírus no corpo.
Ele mostrou à CNN o resultado do
teste realizado este ano, que agora mostra “não reagente para HIV”. “Eu me
sinto livre”, disse.
teste realizado este ano, que agora mostra “não reagente para HIV”. “Eu me
sinto livre”, disse.
“Aqueles anticorpos que a gente
usa pra falar se a pessoa tem infecção pelo HIV, ou não, eles estão diminuindo
de forma progressiva [neste paciente], que é uma evidencia de que o vírus pode
não estar mais ali”, afirmou o infectologista Ricardo Sobhie Diaz, que coordena
os trabalhos na Unifesp e estuda o HIV desde os anos 1980.
usa pra falar se a pessoa tem infecção pelo HIV, ou não, eles estão diminuindo
de forma progressiva [neste paciente], que é uma evidencia de que o vírus pode
não estar mais ali”, afirmou o infectologista Ricardo Sobhie Diaz, que coordena
os trabalhos na Unifesp e estuda o HIV desde os anos 1980.
Vacina
Para diminuir a replicação do
HIV, os cientistas brasileiros criaram uma vacina produzida com o DNA do
próprio paciente.
HIV, os cientistas brasileiros criaram uma vacina produzida com o DNA do
próprio paciente.
É uma vacina de células
dendríticas, que consegue ensinar o organismo do paciente a encontrar as
células infectadas e destruir uma a uma, eliminando completamente o vírus HIV.
dendríticas, que consegue ensinar o organismo do paciente a encontrar as
células infectadas e destruir uma a uma, eliminando completamente o vírus HIV.
Em outras palavras, ela faz o
sistema imunológico a reagir e eliminar as células infectadas, nas quais o
fármaco não é capaz de chegar.
sistema imunológico a reagir e eliminar as células infectadas, nas quais o
fármaco não é capaz de chegar.
A vacina de células dendríticas é
extremamente personalizada já que é fabricada a partir de monócitos (células de
defesa) e peptídeos (biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais
aminoácidos) do vírus do próprio paciente.
extremamente personalizada já que é fabricada a partir de monócitos (células de
defesa) e peptídeos (biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais
aminoácidos) do vírus do próprio paciente.
O tratamento da Unifesp usa essa
vacina junto com uma combinação de outros remédios.
vacina junto com uma combinação de outros remédios.
“A gente intensificou o
tratamento. Usamos três substâncias no estudo, além de criar uma vacina”,
afirmou o infectologista Ricardo Sobhie Diaz.
tratamento. Usamos três substâncias no estudo, além de criar uma vacina”,
afirmou o infectologista Ricardo Sobhie Diaz.
Dois grupos estudados
apresentaram respostas animadoras, mas os resultados do rapaz citado no início
da reportagem foram os que mais impressionaram os cientistas. Mesmo assim, o
responsável pelo estudo foi cauteloso.
apresentaram respostas animadoras, mas os resultados do rapaz citado no início
da reportagem foram os que mais impressionaram os cientistas. Mesmo assim, o
responsável pelo estudo foi cauteloso.
“Existe a possibilidade de o
vírus voltar nessa pessoa, por isso o monitoramento dele vai ser de forma
definitiva e muito próxima, porque no momento em que o vírus voltar, a gente
tem que tratar de forma pronta”, afirmou.
vírus voltar nessa pessoa, por isso o monitoramento dele vai ser de forma
definitiva e muito próxima, porque no momento em que o vírus voltar, a gente
tem que tratar de forma pronta”, afirmou.
O estudo
O estudo começou em 2013. Foram
recrutadas 30 pessoas que tinham iniciado o tratamento contra a infecção pelo
HIV recentemente.
recrutadas 30 pessoas que tinham iniciado o tratamento contra a infecção pelo
HIV recentemente.
Eram pacientes em tratamento com
carga viral indetectável há mais de 2 anos, ou seja, pessoas que têm a carga
viral baixa e não transmitem a doença, por mais que vivam com o vírus.
carga viral indetectável há mais de 2 anos, ou seja, pessoas que têm a carga
viral baixa e não transmitem a doença, por mais que vivam com o vírus.
O intuito era “acelerar” o que o
tratamento já estaria fazendo por estas pessoas, ou seja, diminuir a quantidade
de células infectadas.
tratamento já estaria fazendo por estas pessoas, ou seja, diminuir a quantidade
de células infectadas.
“A gente pegou pessoas que
estavam tomando o coquetel e deu mais dois medicamentos pra elas. A gente
descobriu um medicamento que faz com que a latência [dormência do vírus
escondido] seja interrompida de uma forma muito eficiente”, afirmou o
infectologista.
estavam tomando o coquetel e deu mais dois medicamentos pra elas. A gente
descobriu um medicamento que faz com que a latência [dormência do vírus
escondido] seja interrompida de uma forma muito eficiente”, afirmou o
infectologista.
Próximos passos
Ricardo Sobhie Diaz disse que os
estudos vão continuar. A próxima fase deve contar com 60 pessoas e vai incluir
mulheres como voluntárias — a primeira fase contou apenas com homens.
estudos vão continuar. A próxima fase deve contar com 60 pessoas e vai incluir
mulheres como voluntárias — a primeira fase contou apenas com homens.
Atualmente, a pesquisa está
paralisada por causa da pandemia do novo coronavírus no país.
paralisada por causa da pandemia do novo coronavírus no país.
Mundo
Até hoje, dois casos de cura da
Aids foram reconhecidos pela comunidade científica: Timothy Ray Brown,
conhecido como “paciente de Berlim”, e Adam Castillejo, conhecido como o
“paciente de Londres”.
Aids foram reconhecidos pela comunidade científica: Timothy Ray Brown,
conhecido como “paciente de Berlim”, e Adam Castillejo, conhecido como o
“paciente de Londres”.
Os dois homens foram submetidos a
um transplante de medula óssea. Por uma mutação rara, eles ficaram livres do
vírus HIV.
um transplante de medula óssea. Por uma mutação rara, eles ficaram livres do
vírus HIV.
Segundo a Unaids, programa
conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, até dezembro de 2018, havia cerca de
37,9 milhões de pessoas em todo o mundo vivendo com HIV.
conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, até dezembro de 2018, havia cerca de
37,9 milhões de pessoas em todo o mundo vivendo com HIV.
79% foram diagnosticas e sabiam
que tinham a doença, mas 8,1 milhões de pessoas ainda não tinham conhecimento
de que estavam vivendo com HIV.
que tinham a doença, mas 8,1 milhões de pessoas ainda não tinham conhecimento
de que estavam vivendo com HIV.
32 milhões de pessoas já morreram
de doenças relacionadas à AIDS, de acordo com a Unaids.
de doenças relacionadas à AIDS, de acordo com a Unaids.
Mas desde 2010, a mortalidade
relacionada à Aids caiu em 33%, depois que as pessoas tiveram mais acesso ao
tratamento antirretroviral que, aqui no Brasil é fornecido pelo SUS.
relacionada à Aids caiu em 33%, depois que as pessoas tiveram mais acesso ao
tratamento antirretroviral que, aqui no Brasil é fornecido pelo SUS.
Com informações da CNN e
CorreioBraziliense
CorreioBraziliense