InícioECONOMIAQuase 10 milhões de pessoas usarão dinheiro do FGTS para pagar dívidas

Quase 10 milhões de pessoas usarão dinheiro do FGTS para pagar dívidas

 Quase 10 milhões de brasileiros, cerca de 38%
dos que pretendem utilizar o recurso liberado do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), vão usar o dinheiro para quitar dívidas, mostra pesquisa da
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil).
 Segundo a pesquisa, 45% dos beneficiários têm
interesse em fazer o saque, que começa nesta sexta-feira (13).
 A pesquisa foi feita com 800 consumidores de
ambos os sexos, de todas as classes sociais e acima de 18 anos em 12 capitais
que, juntas, somam aproximadamente 80% da população brasileira. A margem de
erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais para um intervalo de confiança de
95%.
 Um terço dos beneficiários (33%) deve guardar
ou investir o dinheiro sacado, 24% vão usar o recurso em despesas básicas do
dia a dia e 17% pretender fazer compras em supermercados. A pesquisa revela
ainda que 13% pretendem fazer compras de produtos e serviços e 10% querem
antecipar o pagamento de compras que não estão em atraso.
 Em relação às dívidas que o beneficiário
pretende quitar, o cartão de crédito é o mais citado (42%) na pesquisa. Depois
estão as contas atrasadas de telefone (20%), contas de luz (18%), água (16%),
empréstimos bancários (16%) e empréstimos com parentes ou amigos (16%). 
 Em
média, 42% dos beneficiários das contas do FGTS têm dívidas que não superam R$
1 mil.
 Para o presidente do SPC Brasil, Roque
Pellizzaro Junior, a liberação do saque do FGTS é importante para aquecer a
economia, pois, mesmo que grande parte dos recursos seja direcionada para sanar
dívidas, isso recuperará o crédito dos consumidores. “Esse dinheiro poderá ser
utilizado nas obrigações mais urgentes do consumidor, como limpar o nome ou
para necessidades do dia a dia. Livre das dívidas, o consumidor poderá retornar
ao mercado de crédito, reaquecendo as vendas no varejo”, estimou Pellizzaro em
nota.

 

 Interesse

 O levantamento aponta que 45% dos trabalhadores
que têm direito ao saque pretendem retirar os recursos do FGTS assim que
estiverem disponíveis na conta, principalmente as mulheres (52%). Para 43%, não
há interesse em fazer o saque no momento.
 Entre os que não pretendem retirar o dinheiro,
60% preferem deixar o dinheiro guardado no caso de demissão, pois avaliam que
essa quantia fará falta no futuro; 30% consideram o limite de R$ 500 muito
baixo para valer a pena; 19% preferem deixar o saque para a aposentadoria e 6%
querem evitar a burocracia e as longas filas nas agências bancárias para fazer
a retirada.

 Saque-aniversário

 Apenas 19% pretendem aderir à nova modalidade
– saque-aniversário – disponibilizada pelo governo federal a partir de abril de
2020. Para 64%, a intenção é abrir mão da possibilidade de sacar todos os anos
uma parte do benefício e deixar para retirar os recursos apenas em caso de
demissão. Cerca de 17% estão indecisos.
 Nessa modalidade, o trabalhador pode resgatar
uma parcela do Fundo de Garantia todos os anos, sempre no mês do seu aniversário.
O valor a ser resgatado depende da quantia que cada pessoa tem guardada.
 Quem adere a esse tipo de resgate, abre mão do
direito de receber toda a quantia que tem no FGTS de uma vez em caso de
demissão. Nesse caso, terá direito a 40% do valor depositado, que é a multa
paga pelo empregador. Além disso, caso queira voltar ao modelo antigo, o
trabalhador terá de aguardar dois anos.
Fonte: Agencia
Brasil
Foto: Marcello
Casal Jr.
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