O senador Omar Aziz (PSD-AM) fez duras críticas ao crescimento do uso de plataformas de apostas online por milhões de famílias de baixa renda, em especial aquelas beneficiadas pelo Bolsa Família. Em novo pronunciamento neste sábado (21), Omar revelou dados de um estudo do Banco Central de 2024 que traz o cenário atual de 8 milhões de famílias que recebem o benefício e gastaram mais de R$ 11 bilhões em apostas via Pix, realizadas em 56 plataformas de jogos de azar conhecidas como bets, de janeiro a agosto deste ano.
“Esse alerta que eu estou fazendo é que isso está destruindo as famílias”, afirmou o senador, comparando a influência das casas de apostas à de traficantes que aliciam jovens para o vício. Segundo Aziz, a ação de influenciadores digitais, que promovem as apostas como forma fácil de ganho, também tem impactado negativamente a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade. “De 100% que se joga, apenas 0,8% volta para o apostador. 99,2% fica com as bets. E aí você vê ídolos, influencers, induzindo as pessoas mais humildes, pobres. E ela tem mal dinheiro para comer, mas está tentando a sorte porque ela está sendo influenciada por alguém”, completou.
O levantamento do Banco Central também revelou que, até agosto de 2024, essas 56 empresas movimentaram R$ 20,8 bilhões. O perfil dos apostadores traçado mostra uma predominância de jovens entre 20 e 30 anos, mas os gastos médios aumentam conforme a idade, com transferências mensais que variam de R$ 100, entre os mais jovens, a mais de R$ 3 mil entre os mais velhos.
Omar, que já havia solicitado a regulamentação do setor no Senado, reforçou a urgência de uma ação judicial imediata. Ele lembrou que já encaminhou os dados ao Procurador-Geral da República, cobrando uma suspensão das atividades das bets pelo Supremo Tribunal Federal. “Vocês (influenciadores) estão induzindo as pessoas a ficarem doentes, a fazer qualquer coisa para poder ter dinheiro para jogar, testar a sorte. Não faça isso. Vocês estão destruindo famílias. Vocês não precisam disso”, alertou o senador, exigindo que as plataformas sejam suspensas até que haja uma regulamentação clara para proteger as famílias brasileiras.