O Boi-Bumbá Caprichoso participou nesta segunda-feira (25) do Festival de Curitiba no Teatro ViaSoft, em Curitiba (PR), onde transmitiu a mensagem de resistência e defesa dos povos amazônicos através do espetáculo “O duelo da Amazônia”.
Segundo o presidente do Conselho de Arte, Ericky Nakanome, o Festival de Artes Cênicas de Curitiba contribui para que a cultura do boi-bumbá ultrapasse fronteiras. “Nós existimos, resistimos e queremos ultrapassar fronteiras”, afirmou. O Boi Caprichoso não se restringe apenas a ser uma expressão cultural, mas também um meio de luta e representação. “Queremos mostrar a força da diversidade indígena, negra, LGBT e de toda uma comunidade que, apesar das diferenças, se une dentro do boi, se reconhece ali e supera seus preconceitos”, destacou Nakanome.
O diretor artístico Edwan Oliveira ressaltou a importância do intercâmbio cultural proporcionado pelo Festival de Curitiba, considerando uma oportunidade de divulgar a potência da cultura e arte amazonenses para o mundo, superando as barreiras geográficas e culturais que muitas vezes limitam a compreensão plena da riqueza do Festival de Parintins. “O mundo precisa conhecer verdadeiramente o que é o Festival de Parintins, sua potência e a mensagem que transmitimos e expandimos a todos através da nossa arte”, assegurou.
*O espetáculo*
Sob o tema “Duelo da Amazônia”, a apresentação do Boi Caprichoso encantou o público de Curitiba. O bumbá iniciou sua performance em conjunto com o boi contrário, com o apresentador Edmundo Oran e dançarinos do CDC. Quando o levantador de toadas Patrick Araújo subiu ao palco, o público presente no evento se animou com a toada “Pode Avisar”.
O Boi Caprichoso, com o Tripa, Alexandre Azevedo e a Sinhazinha Valentina Cid, destacou a força da cultura popular do Amazonas. A toada “Sentimento Porreta” anunciou a porta-estandarte bicampeã do Festival, Marcela Marialva.
As coreografias e toadas transportaram o público para o bumbódromo de Parintins, com destaque para a toada “Brasil Terra Indígena”, que transmitiu uma mensagem de solidariedade e apoio aos povos da Amazônia, especialmente os Yanomami.
A presença marcante de personagens como a “Guerreira de Lutas” Marciele Albuquerque trouxe à tona a energia e paixão que impulsionam o Boi Caprichoso em suas apresentações. E, é claro, não poderia faltar o Pajé Erick Beltrão, cuja interação com o público criou uma atmosfera de encantamento e conexão com as tradições ancestrais.
Além da demonstração de habilidade artística, o espetáculo do Boi Caprichoso é também um manifesto de resistência, inclusão e celebração da diversidade cultural. É um lembrete poderoso de que a cultura amazônica não apenas sobrevive, mas prospera, e que suas vozes ressoam para além fronteiras, alcançando todo o Brasil.
O Boi Caprichoso retorna ao palco do Teatro Positivo nesta terça-feira (26) e quarta-feira (27), prometendo mais uma vez encantar e inspirar o público com sua mensagem de amor, respeito e orgulho pela cultura amazônica.
Foto: Malu Dacio