Especialista diz como aliar momentos de estudos e relaxamento. Correio também conversou com concurseiros que farão certames em Brasília
Exercícios de respiração, meditação, além da manutenção de uma alimentação equilibrada e saudável têm o mesmo grau de importância que assuntos previstos em editais de concursos públicos. Essa é a ideia da neuropsicóloga Juliane Gebrim, que sugere que candidatos podem aproveitar o fato de ter ocorrido o adiamento de grandes certames como o Nacional Unificado (CNU) para aprimorar a concentração nos estudos e manter a calma.
“Lidar com a expectativa em relação à realização do CNU neste ano, mesmo com a incerteza sobre a data das provas, pode ser desafiador para os concurseiros. Diante dessa situação, é importante manter a positividade, focando nos estudos e na preparação constante, independentemente da data definitiva do concurso”, afirmou a neuropsicóloga.
Além do CNU, que estava previsto para ocorrer no dia 5 de maio e até o momento o governo não anunciou uma nova data, outros concursos foram adiados em decorrência da crise socioambiental no Rio Grande do Sul. Certames como o do Banco Central e o de fuzileiros navais da Marinha foram adiados.
Diante dessa incerteza sobre quando os certames ocorrerão, Juliane — que é especialista no preparo emocional de concurseiros — elencou dicas valiosas ao candidato. Para ela, além de manter os estudos, é preciso adotar hábitos saúdaveis na rotina. Confira:
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Medite: Juliane definiu a meditação como uma “excelente forma de acalmar a mente, reduzir a ansiedade e aprimorar a concentração”. A indicação é reservar “alguns minutos do seu dia” para praticá-la. Meditar, acrescenta a especialista, envolve exercícios de respiração.
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Faça pausas: Se você destina duas horas diárias para estudar, não fique os 120 minutos com a cara em frente ao livro ou ao computador/smarphone. Faça pausas regulares para “descansar o cérebro e renovar as energias”. Conhece a técnica Pomodoro? Juliane explica e sugere: “[são] períodos de estudo de 25 minutos seguidos de uma pausa de 5 minutos”.
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Cuide da alimentação: comer bem, beber água e ter uma boa noite de sono. “Esses hábitos são essenciais para a saúde física e mental”, atesta.
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Relaxe e veja filmes: gosta de ler? que tal iniciar ou continuar aquele livro que você deixou pela metade? Sua onda é música? Escute seu artista preferido! Filme? Dedique um tempo para assistí-los durante a semana. Independente de qual for seu hobbie, dedique um tempo para vivê-lo.
Expectativas
Em relação à confirmação das datas dos concursos adiados, pode haver um sentimento de aflição entre os concurseiros. Isso porque as provas dos certames ainda não têm data para ocorrer. Segundo Juliane, que usou o CNU como exemplo, a manutenção da expectativa de que, a qualquer momento, o governo pode anunciar novas datas pode ser algo positivo, porém é preciso aprender a lidar com esse sentimento para que haja frustração.
“É importante ressaltar que, neste momento, não é provável que o governo anuncie uma nova data imediatamente. É mais provável que isso ocorra mais para o segundo semestre, possivelmente em agosto. Portanto, é essencial aproveitar o tempo disponível antes da definição da data para se preparar. O governo não marcará a prova de forma repentina, dando aos candidatos tempo para se organizar e revisar o conteúdo de maneira adequada. Portanto, é crucial dedicar-se aos estudos neste momento, aproveitando para se preparar da melhor forma possível para o CNU”, indicou.
Rotina
Assim como a neuropscicóloga Juliane, professores de cursinhos para concursos públicos defendem o preparo mental neste momento de espera das datas dos certames adiados. Além disso, os professores orientam que os candidatos estudem assuntos que ainda não estão “afiados”.
“O momento é intensificar os estudos, revisar mais (os conteúdos) que já foram estudados para mantê-los frescos na memória e fazer questões de assuntos ainda não vistos pelo candidato”, orientou Rondinelle Dias, professor de Realidade Brasileira do Direção Concursos.
Preparação
Assim como o propósito de se tornar um funcionário público concursado, a rotina de estudos, aliada às práticas de exercícios e lazer fazem da rotina de concurseiros ouvidos pelo Correio. Thais Maciel, 31 anos, mora em Brasília e trabalha no Ministério das Comunicações, como assessora técnica.
Ela fará as provas do bloco 5 (áreas de educação, saúde, desenvolvimento social e direitos humanos) do CNU. “Trabalho o dia inteiro, estudo a noite e aos finais de semana, sempre sozinha. Dessa forma, e com auxílio de cursos para concursos, consigo ter um melhor rendimento”, contou Thais.
Quanto ao adiamento das provas, ela afirma não ter atrapalhado sua rotina de estudos. “Só mantive o ritmo e estou aproveitando o tempo que nos foi dado para me aprofundar em algum assunto que não estava tão na ponta da língua e revisar os demais”, declarou acrescentando ser adepta de prática de exercícios e de momentos de descontração.
A preparação feita pela concurseira ganha relevância pelo fato de o bloco 5 ser bem concorrido. Seegundo o MGI, serão 148 candidatos por vaga. Ao todo, 300.766 candidatos se inscreveram para concorrer a 2.032 vagas. No país, 2.845.435 de pessoas estão inscritas no Concurso Nacional Unificado.
Desses, 261.591 mil inscritos farão, assim como Thais Maciel, as provas no Distrito Federal. Outro candidato que fará o bloco 5 do CNU na capital do país, Rafael Real, de 32 anos, também trabalha no Ministério das Comunicações, mas como assistente administrativo.
Ser aprovado em um concurso, na avaliação dele, é a oportunidade de ter mais conforto. “Maior estabilidade, salário e benefícios melhores”, exemplificou. Para isso, Rafael mantém uma rotina de estudos mirando êxitos nas provas do CNU e de certames nas áreas de formação jurídica, policial e tribunais.
“Normalmente, só tenho tempo livre à noite e aos finais de semana, então, é quando eu tento focar nos estudos. Gosto de revisar com alguém [estudo em conjunto], resolver questões. Acho bacana a troca de conhecimentos”, Rafael sobre seus estudos. Ele, assim como Thaís, não ficou abalado com o adiamento da prova do CNU. “Penso que é uma boa oportunidade para estudar mais um pouco”, afirmou.
Fonte: Correio Braziliense
Foto: Divulgação