O governo dos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, anunciou na terça-feira (22) a intenção de proibir o uso de oito corantes alimentares artificiais até o final de 2026.


A medida, liderada pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), a Anvisa norte-americana, busca eliminar corantes sintéticos derivados do petróleo, que são suspeitos de causar problemas de saúde, incluindo hiperatividade, diabetes e até câncer, segundo especialistas.
“Nos últimos 50 anos, as crianças americanas têm vivido em uma sopa tóxica de substâncias químicas artificiais”, disse Marty Makary, chefe da FDA, destacando a relação entre esses aditivos e problemas de saúde, segundo a agência de notícias AFP.
A proibição será implementada progressivamente, com dois corantes — Vermelho nº 2 e Laranja B — sendo eliminados nas próximas semanas, e os seis restantes até o fim de 2026, segundo o HHS (Departamento de Saúde e Serviços Humanos).
Os demais corantes afetados são o Vermelho nº 40, Amarelo nº 5, Amarelo nº 6, Azul nº 1, Azul nº 2 e Verde nº 3, amplamente utilizados em doces, cereais, salgadinhos, molhos e bebidas.
“Nenhum deles tem valor nutricional. Só servem para enganar, fazendo os alimentos parecerem mais atrativos”, explicou à AFP Peter Lurie, presidente do CSPI (Centro de Ciência no Interesse Público), uma organização não governamental dos EUA que defende o direito dos consumidores.
Transição
A rede britânica BBC informou que o Secretário de Saúde do país, Robert F. Kennedy Jr., defendeu a medida como uma forma de “ajudar os americanos a saber o que há em seus alimentos”.
Kennedy, que na campanha eleitoral prometeu combater aditivos artificiais, anunciou que a FDA autorizará quatro novos corantes naturais nas próximas semanas para facilitar a transição da indústria alimentícia. Ele também prometeu abordar outros aditivos em alimentos escolares.
Segundo a emissora norte-americana CNBC, a pressão contra corantes artificiais cresce nos EUA há mais de uma década, mas a indústria alimentícia argumenta que não há evidências suficientes para justificar a proibição.
Apesar disso, Makary disse que a FDA está definindo um “padrão nacional” e um cronograma para a substituição por alternativas naturais, como suco de beterraba, melancia ou cenoura.
“Há um entendimento com a indústria, e acredito que podemos fazer isso de forma amigável”, disse ele, embora tenha mencionado que a agência explorará “todas as ferramentas disponíveis” caso necessário.
Fonte: R7