A morte de Romário Cavalcante Júnior, de 24 anos, encontrado sem vida no Rio Negro, após ser baleado durante uma abordagem policial na segunda-feira (28), gerou grande comoção e revolta na Zona Oeste de Manaus. Familiares e amigos do jovem, que era ex-jogador de futebol, realizaram um protesto na noite de terça-feira (29), com barricadas e cartazes pedindo justiça.
A manifestação, que teve início na avenida 5 de Setembro, no bairro São Raimundo, acabou em confronto com a Polícia Militar. Equipes da Cavalaria, Rocam e Força Tática foram acionadas para conter a situação, utilizando spray de pimenta e balas de borracha para dispersar os manifestantes.
A família de Romário acusa diretamente policiais militares pela morte do jovem. Segundo relatos, o ex-atleta e outros dois homens foram abordados por uma equipe da PM e levados para um local próximo à Orla do São Raimundo. Após cerca de uma hora e vinte minutos, apenas dois dos abordados retornaram, sendo levados para a delegacia. O corpo de Romário foi encontrado horas depois, com marcas de disparos.
A esposa de Romário, Elizabeth Sales, em entrevista à imprensa, afirmou que o marido era um homem pacífico e que nunca se envolveu em crimes. “A gente só quer justiça, a gente só quer uma resposta”, desabafou a viúva.
Em nota, a PM respondeu:
A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) informa que uma investigação interna vai ser aberta para apurar as circunstâncias do ocorrido. Na noite de segunda-feira (28/10), a guarnição da 5ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), após receber denúncias de um grupo de pessoas comercializando drogas na rua Virgílio Ramos, bairro São Raimundo, realizou incursão na área.
Os policiais militares relatam que, ao chegarem ao local, um homem foi imediatamente preso, enquanto outros dois se atiraram no rio próximo. Um dos homens foi resgatado mais à frente, não sendo localizado o terceiro, identificado como Romário. Na manhã desta terça-feira (29/10) o corpo de Romário foi encontrado no rio e causa da morte só poderá ser apontada após exame de necropsia, realizado pelo Instituto Médico Legal (IML).
Em relação à acusação referente a conduta policial durante a ocorrência, a Polícia Militar reforça que a população pode denunciar qualquer tipo de irregularidade cometida pelos seus agentes por meio dos canais oficiais do Sistema de Segurança Pública.