Pesquisadores e médicos advertem sobre a necessidade de mudar os costumes do dia a dia para preservar a saúde e manter o colesterol nos níveis considerados adequados e ideais
Jovens estão mais vulneráveis aos efeitos prejudiciais do colesterol elevado e da hipertensão, considerados dois dos principais fatores de risco cardiovascular. A conclusão é de um estudo conduzido pelo Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares (CNIC), na Espanha. No artigo publicado, na revista Journal of the American College of Cardiology, os cientistas destacam a importância de se cuidar o mais cedo o possível.
A ideia é adotar medidas preventivas contra a aterosclerose, condição em que placas de gordura, colesterol e outras substâncias se acumulam nas paredes das artérias. Para a pesquisa, foram analisados 4 mil trabalhadores cuja idade média era 45 anos, todos locados no Banco Santander de Madri.
Os pesquisadores Valentín Fuster, diretor-geral do CNIC, e Borja Ibañez, diretor científico do centro, à frente do estudo, ressaltam a necessidade de adotar abordagens personalizadas, utilizando tecnologia de imagem para monitorar a presença e progressão da condição silenciosa.
“Neste estudo, mostramos que aumentos moderados na pressão arterial e no colesterol têm um impacto muito mais pronunciado na progressão da aterosclerose em pessoas mais jovens”, afirmou em nota Ibañez.
Prevenção
No comunicado, os cientistas informam que, por meio de abordagens individualizadas para monitorar a presença e progressão da aterosclerose silenciosa, é possível orientar a intensidade do controle dos fatores de risco.
Para Rosangeles Konrad, cardiologista e coordenadora da linha cardiológica do Hospital Anchieta, pertencente à Kora Saúde, o adoecimento cada vez mais cedo é gerado pelos maus hábitos.
“Os jovens estão mais suscetíveis as doenças cardiovasculares de forma precoce. Tem sido observado o aumento substancial de infarto em pacientes abaixo dos 40 anos no planeta. É a combinação de fatores riscos para aterosclerose numa combinação de estilo de vida e predisposição genética”, afirmou Konrad.
A especialista detalha que a alimentação desregrada é um grande contribuinte. “Dieta rica em gorduras e sal, falta de exercício, estresse e tabagismo, muito frequente nos pacientes mais jovens, tem ajudado no aumento do risco de aterosclerose”, completa (Isabella Almeida).
Fonte: Correio Braziliense
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