O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11) realizou uma homenagem histórica ao Cacique Ismael Munduruku na última sexta-feira (22/11), durante a solenidade de lançamento da cartilha trabalhista traduzida para a língua Nheengatu. O evento, realizado na sede do tribunal em Manaus, reuniu lideranças indígenas, autoridades e membros da sociedade civil, simbolizando um avanço significativo na inclusão e no respeito às diversidades culturais.
A cartilha, intitulada “Direitos Trabalhistas para Todos”, foi elaborada com o objetivo de proporcionar aos povos indígenas acesso claro e objetivo às informações sobre direitos no mercado de trabalho. O material será amplamente distribuído nas comunidades indígenas e disponibilizado em formato digital no site do TRT-11, destacando-se como uma inovação em acessibilidade às normas trabalhistas.
Durante a cerimônia, o Cacique Ismael Munduruku foi agraciado com a Medalha de Reconhecimento do TRT-11, uma forma de destacar sua atuação em defesa dos direitos dos povos indígenas e sua luta pela igualdade social.
“Esta medalha é uma conquista coletiva. Representa a nossa luta, o nosso esforço por justiça e por sermos respeitados como trabalhadores e cidadãos. Levar informação para as comunidades indígenas é fundamental para garantir nossos direitos,” declarou o Cacique Ismael, visivelmente emocionado.
Reconhecimento ao líder indígena
O Cacique Ismael Munduruku é amplamente reconhecido por sua incansável defesa das causas indígenas, em especial no que diz respeito à inclusão e ao acesso à informação para o pleno exercício da cidadania. A homenagem do TRT-11 reforça o compromisso da Justiça do Trabalho em promover a equidade e a dignidade no mercado de trabalho, valorizando as contribuições das lideranças indígenas.
Cartilha pioneira
O desenvolvimento da cartilha foi resultado de um trabalho conjunto de uma equipe multidisciplinar do TRT-11, com a colaboração de tradutores indígenas que garantiram a adequação linguística e cultural do conteúdo. De acordo com a desembargadora-presidente do tribunal, Ormy da Conceição Dias Bentes, a cartilha busca eliminar barreiras culturais e linguísticas, assegurando que os trabalhadores indígenas compreendam seus direitos e deveres.
“Nosso objetivo é eliminar barreiras linguísticas e culturais, permitindo que os trabalhadores indígenas entendam seus direitos e deveres no mercado de trabalho,” destacou a magistrada.
A cartilha em Nheengatu foi desenvolvida com base em consultas às lideranças indígenas, garantindo que suas demandas fossem atendidas, e reforça o compromisso do tribunal com a inclusão.
Impacto e repercussão
Representantes das comunidades indígenas presentes no evento celebraram a iniciativa como um marco histórico.
“Nunca tínhamos visto algo assim, onde nossa língua fosse respeitada e utilizada para informar sobre os nossos direitos,” afirmou o Cacique Ismael Munduruku, destacando a relevância de ações dessa natureza para o fortalecimento das comunidades indígenas.
A cerimônia também contou com apresentações culturais, que enriqueceram o evento e reafirmaram o compromisso do TRT-11 com a valorização das culturas indígenas e a promoção de um futuro mais inclusivo.
Com a homenagem ao Cacique Ismael Munduruku e o lançamento da cartilha trabalhista, o TRT-11 demonstra como a Justiça pode ser uma aliada na redução de desigualdades históricas, promovendo igualdade e respeito às diversidades culturais.