Campeão paralímpico sairá da prisão no dia 5 de janeiro e cumprirá outras condições, como serviço comunitário




Primeiro atleta paralímpico da história a disputar uma Olimpíada, o ex-velocista sul-africano Oscar Pistorius recebeu liberdade condicional nesta sexta-feira, quase dez anos após matar a tiros sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, no banheiro de sua casa.
De acordo com Singabakho Nxumalo, porta-voz do Departamento de Instituições Penitenciárias da África do Sul, o ex-atleta de 37 anos deixará a prisão no dia 5 de janeiro.
A decisão de libertá-lo estabelece condições que terão de ser cumpridas por cinco anos. Pistorius só poderá deixar a região da Pretória, onde residirá após ser solto, com permissão das autoridades e será obrigado a participar de sessões para aprender a controlar a raiva. Também terá de prestar serviços comunitários.
“A liberdade condicional não significa o fim da sentença; ela é parte da sentença. Significa apenas que o preso concluirá a sentença fora de uma instituição penitenciária”, afirmou Nxumalo.
Em março, Pistorius teve um pedido de liberdade condicional negado, mas, em outubro, após ele ter cumprido mais da metade da pena, o Tribunal Constitucional da África do Sul decidiu que ele poderia se qualificar para deixar a prisão de forma condicional.
O atleta sul-africano nasceu com um problema genético que levou seus pais a se decidirem por amputar ambas as pernas abaixo dos joelhos quando ele tinha 11 meses. Mais tarde, alcançou fama mundial ao competir com duas próteses de carbono.
O velocista era tido como um símbolo de superação e estava no auge da carreira quando matou Reeva Steenkamp. Durante o julgamento, alegou sem sucesso ter atirado quatro vezes pela porta fechada do banheiro, pois teria confundido a namorada com um suposto ladrão que teria acessado a casa através da janela do banheiro.
A conclusão das autoridades, contudo, foi que Reeva se trancou no local durante uma briga e Pistorius a matou em um acesso de raiva.
A pena inicial, decretada em 2014, foi de cinco anos de prisão, em um caso de repercussão mundial. No ano seguinte, após apelação do Ministério Público, o Supremo Tribunal de Recurso da África do Sul anulou essa condenação e aumentou a pena para seis anos.
Após novo recurso do Ministério Público, em 2017, a pena foi alterada mais uma vez e passou a ser de 15 anos. Na prática, essa sentença significava 13 anos e 5 meses de prisão, depois de deduzido o tempo da fase em que Pistorius passou sob fiança em prisão domiciliar.
Fonte: R7
Foto: Divulgação