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Remédios: saiba o significado das tarjas coloridas nas embalagens

Já observou que determinadas embalagens de medicamentos possuem tarjas coloridas? Talvez a mais conhecida seja a amarela, que representa os remédios genéricos, porém, há outras três variações: sem tarja, vermelha ou preta. Essas cores não fazem apenas parte do design da embalagem, mas trazem informações importantes a respeito do uso correto daquela medicação. A diferenciação obrigatória é regulamentada pela resolução n.º 71/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“É muito importante que o paciente saiba a diferença entre as tarjas, porque algumas possuem validade de receita, como antibióticos, que são de 10 dias, e os medicamentos de controle especial, de tarja vermelha e preta, que são 30 dias. Além disso, a tarja influência no acesso à compra dos medicamentos”, explica a farmacêutica Maria Eliza Pinheiro, supervisora da rede Santo Remédio.

Embora o ideal seja saber diferenciar os rótulos, vale lembrar que o farmacêutico é o profissional mais indicado para tirar dúvidas a respeito dessas classificações. É ele quem pode também fornecer informações sobre o tratamento, como dosagem e período de uso dos medicamentos.

“O farmacêutico pode atuar sempre orientando o cliente a prestar atenção nas datas dos receituários. Lembrar, por exemplo, que medicações de uso contínuo precisam de receitas mensais. As tarjas servem para isso também, mostrar que aquele remédio é diferenciado e, portanto, não deve ser usado sem acompanhamento”, comenta ela.

*Tarja amarela* – classifica os genéricos, medicamentos que contêm o mesmo princípio ativo do remédio de referência, porém, mais barato em razão da ausência de marca (logo, sem custo com publicidade) e pelo fato de testes de bioequivalência (comprovação de efeito igual ao remédio de referência) serem mais baratos do que iniciar uma pesquisa do zero. A tarja amarela pode ser acompanhada da vermelha.

*Tarja vermelha* – essa categoria define os remédios que oferecem risco intermediário de efeitos adversos ao usuário, de acordo com o Ministério da Saúde (MS). Por isso, precisam de receita médica. Além disso, são divididos em duas classificações: com retenção de receita pela farmácia ou sem retenção.

*Tarja preta* – a cor representa medicamentos que precisam de maior controle na comercialização, pois costumam afetar o sistema nervoso central. Há risco de dependência ou até morte em casos de uso irracional. A prescrição médica é necessária e a receita deve ficar com o farmacêutico.

“A gente precisa fazer retenção de algumas receitas, porque é o que determina a legislação. Essa é uma forma dos órgãos de saúde entenderem a saúde da população e monitorarem o uso de medicamentos mais sensíveis. É o caso do antibiótico, que se for usado de forma rotineira e sem acompanhamento médico, pode criar resistência ao medicamento na bactéria ao invés de tratar o problema”, afirma a farmacêutica.

*Sem tarja*
Quando os medicamentos não apresentam tarja, é porque estão inseridos na Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP) e são indicados para tratar doenças não graves e com evolução lenta ou inexistente. Ou seja, não precisam de receita médica para compra na farmácia.

Ainda assim, é preciso ter cuidado com o uso indiscriminado. Uma pesquisa divulgada em fevereiro deste ano revelou que 84% dos brasileiros sabem dos riscos de tomar remédios sem indicação médica. No entanto, 32% admitem fazer uso de medicamentos sem receita emitida por um profissional. O estudo é do Instituto Real Time Big Data e ouviu 1 mil brasileiros nas cinco regiões do país.

“Todo cuidado com medicamento é importante, porque não é só qual você vai fazer uso, mas qual será a dosagem, os horários corretos e o tempo de tratamento. É preciso ter essas informações para que não haja dois extremos: subdoses que não têm efeito ou doses mais altas que podem acabar agravando o seu quadro de saúde”, orienta a farmacêutica.

Foto: Freepik

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