O ex-jogador se expôs como nunca em uma entrevista. Mostrou todo o orgulho de ter sido ídolo no São Paulo, no Botafogo. A dor de cumprir dois anos de suspensão por doping. E a alegria de ser comentarista de futebol
Por mais respeito que o São Paulo mereça, que jogador, hoje, viraria as costas para o Barcelona ou para a Inter de Milão para ficar no Morumbi?
Dodô virou.
Continuou no clube mesmo não só com o assédio, mas com propostas dos dois maiores clubes do mundo.
Formando dupla com Aristizabal, superou a histórica parceria entre Careca e Müller.
Dodô e o colombiano chegaram à marca de 1,4 gol por partida, enquanto a badalada dupla Careca e Müller ficou em 1,2.
“O casamento foi perfeito. O Ari foi meu melhor parceiro.”
Dodô, corintiano assumido na infância, foi um jogador de técnica refinada, autor de belíssimos gols. Vestiu a camisa 10 de Pelé e a 7 de Garrincha.
Viveu todo tipo de situação.
Da idolatria a brigas com as próprias torcidas, cobrando sempre seu futebol de alto nível.
Revoltado ainda por dois anos de suspensão por doping pela Fifa.
Ele tomou uma pílula de cafeína, ministrada pelo médico do Botafogo, Márcio Cunha. O clube carioca pôs a culpa na farmácia de manipulação, que teria contaminado a pílula com a substância comfemproporex.
Primeiro, Dodô foi suspenso por 120 dias pelo STJD. Em novo julgalmento, foi inocentado. Só que a Fifa e a Wada, agência mundial antidoping, recorreram. E ele acabou suspenso por dois anos.
“Me tiraram dois anos da minha carreira. Fui bode expiatório da Fifa. Servi como exemplo para o mundo. Mas estava inocente. Nunca precisei me dopar. Foi uma injustiça enorme.”
Dodô se descobriu um excelente comentarista de futebol.
Ele se firmou na Record TV no Campeonato Paulista deste ano.
“Respeito sempre o ser humano, mas acredito que o profissional pode ser questionado. Os esquemas precisam ser explicados para quem está assistindo. E eu sempre tive essa facilidade de enxergar o jogo. Aprendi muito na Record. Foi ótimo esse período.” Dodô foi para a Globo.
Sua entrevista foi corajosa, nunca havia falado tão claramente sobre alegrias, tristezas e, principalmente, o doping.
No Canal do Cosme Rímoli, no YouTube, há outros depoimentos marcantes.
De Casagrande, Denilson, Milton Neves, Hortência, Silvio Luiz, PVC, Benjamin Back, Sálvio Spínola, Marcio Zanardi, Edu Dracena, Reinaldo Carneiro Bastos, André Henning, Chico Lang, Ney Franco, Wagner Ribeiro.
Fonte: R7
Foto: Divulgação