Após vencer uma dura batalha contra o novo
coronavírus, com diversos casos de contaminação e felizmente nenhuma morte, os
indígenas da aldeia Waikiru, no Tarumã-Açu, Zona Oeste de Manaus, aos poucos
voltam a algo parecido com a vida normal.
coronavírus, com diversos casos de contaminação e felizmente nenhuma morte, os
indígenas da aldeia Waikiru, no Tarumã-Açu, Zona Oeste de Manaus, aos poucos
voltam a algo parecido com a vida normal.
Agora, essa população, a grande maioria da
etnia sateré-mawé, cria novas formas de integrar a comunidade e propiciar um
momento de descontração, mas também de oportunidade de geração e circulação de
renda para os moradores e comunidades ao redor.
etnia sateré-mawé, cria novas formas de integrar a comunidade e propiciar um
momento de descontração, mas também de oportunidade de geração e circulação de
renda para os moradores e comunidades ao redor.
Com isso em mente, o tuxaua da aldeia, Andre
Sateré, 38, resolveu retomar um projeto interrompido pela pandemia: a Copa na
Aldeia, um torneio de futebol criado para movimentar a comunidade e constituir
um ambiente de lazer coletivo com impacto na microeconomia local.
Sateré, 38, resolveu retomar um projeto interrompido pela pandemia: a Copa na
Aldeia, um torneio de futebol criado para movimentar a comunidade e constituir
um ambiente de lazer coletivo com impacto na microeconomia local.
“A gente queria ver de novo essa alegria
dentro da comunidade, o envolvimento dos jogadores, das equipes, que se torna
um momento de lazer pra todo mundo do entorno e também uma possibilidade de
geração de renda”, acrescenta André.
dentro da comunidade, o envolvimento dos jogadores, das equipes, que se torna
um momento de lazer pra todo mundo do entorno e também uma possibilidade de
geração de renda”, acrescenta André.
De acordo com o líder, no Tarumã, área de
ocupação histórica de indígenas da região de Manaus, há hoje cerca de 300
famílias de mais de 20 etnias diferentes, entre saterés, tucanos, kashinawa,
piratapuias, muras, barés e outros.
ocupação histórica de indígenas da região de Manaus, há hoje cerca de 300
famílias de mais de 20 etnias diferentes, entre saterés, tucanos, kashinawa,
piratapuias, muras, barés e outros.
Ao todo, entre equipes indígenas e
não-indígenas, são 20 times que participam da Copa: dez masculinos e dez
femininos – disputando o prêmio de R$ 2 mil reais prometido a cada um dos times
campeões.
não-indígenas, são 20 times que participam da Copa: dez masculinos e dez
femininos – disputando o prêmio de R$ 2 mil reais prometido a cada um dos times
campeões.
Detalhe curioso é que alguns times pagam seus
atletas, caso semelhante ao que já ocorre nas equipes do Peladão. “Eu ganho 50
reais por jogo e, se defender um pênalti, ganho dez reais por pênalti”, diz a
goleira Eliana Nunes, uma das atletas não-indígenas que participam da
competição.
atletas, caso semelhante ao que já ocorre nas equipes do Peladão. “Eu ganho 50
reais por jogo e, se defender um pênalti, ganho dez reais por pênalti”, diz a
goleira Eliana Nunes, uma das atletas não-indígenas que participam da
competição.
Mas este não é o único dinheiro que circula
nesta microeconomia da Copa na Aldeia. Enquanto os atletas disputam no campo de
olho no prêmio principal e no “bicho” (pagamento) do jogo, outros membros da
aldeia e de comunidades ao redor vendem artesanato, bebidas e comidas
tradicionais a fim de ampliar sua renda.
nesta microeconomia da Copa na Aldeia. Enquanto os atletas disputam no campo de
olho no prêmio principal e no “bicho” (pagamento) do jogo, outros membros da
aldeia e de comunidades ao redor vendem artesanato, bebidas e comidas
tradicionais a fim de ampliar sua renda.
A vendedora sateré Jarete de Souza diz que os
torneios estimulam a venda de produtos e geram renda na comunidade. “Pra mim é
muito bom, porque o comunitário ganha também. Domingo passado eu vendi 70
reais. Dá pra tirar o do peixe”, diz ela.
torneios estimulam a venda de produtos e geram renda na comunidade. “Pra mim é
muito bom, porque o comunitário ganha também. Domingo passado eu vendi 70
reais. Dá pra tirar o do peixe”, diz ela.
Primeiro
as damas
as damas
Andre Sateré conta que o torneio começou,
exclusivamente, com as mulheres, como uma tentativa de incluí-las nas
competições de futebol, já que, por preconceito, elas acabavam ficando de fora
dos torneios, geralmente voltado para os homens.
exclusivamente, com as mulheres, como uma tentativa de incluí-las nas
competições de futebol, já que, por preconceito, elas acabavam ficando de fora
dos torneios, geralmente voltado para os homens.
“Quando a gente fez a primeira edição do
torneio, foi um sucesso. Os homens todos vinham pra assistir. E aí eles
passaram a querer jogar também. Aí foi que a gente resolveu fazer junto,
feminino e masculino”, conta.
torneio, foi um sucesso. Os homens todos vinham pra assistir. E aí eles
passaram a querer jogar também. Aí foi que a gente resolveu fazer junto,
feminino e masculino”, conta.
Fonte e Foto: Divulgação