Mateus Isaac é esperança de medalha na vela, esporte em que o Brasil tem mais conquistas em Olimpíadas, com oito ouros
O Brasil é o país do futebol. Mas, nos Jogos Olímpicos, não é exagero dizer que o Brasil é também o país da vela. Com oito medalhas de ouro, três de prata e oito de bronze na história, a vela é o esporte em que os brasileiros são os maiores vencedores. Em Paris 2024, o Brasil pode conquistar o lugar mais alto do pódio em uma nova modalidade: o windsurf.
A categoria que será introduzida na próxima Olimpíada é a classe IQFoil, que oferece mais velocidade e dinâmica para os competidores. Quem tem tudo para garantir mais uma medalha de ouro para o Brasil é o paulista Mateus Isaac, de 28 anos.
O esporte entrou na vida do atleta por meio do pai, que é apaixonado por vela. No entanto, Isaac por pouco não se aventurou no futebol. Chegou a atuar nas categorias de base do Figueirense, mas não levou para a frente. Depois da frustração, Matheus Isaac trocou a bola pelo mar e, de cara, viu que tinha talento para coisa.
Foi campeão brasileiro e sul-americano nas categorias de júniores aos 15 anos, e faturou o mundial sub-21 aos 18. “Eu fui para lá sem muita expectativa. Ainda estava vendo o que eu ia fazer da vida, qual faculdade cursar, etc. E acabei ganhando, mas eu tinha 18 anos, e nessa categoria fazia bastante diferença você ser mais velho. Eu era meio magro e mesmo assim ganhei. Então pensei, né: ‘caraca, acho que sou bom nisso aí, né?'”.
Dez anos depois, Mateus é heptacampeão brasileiro, bicampeão sul-americano e bicampeão mundial sub-21, e está próximo de conquistar a classificação para as Olimpíadas.
Ele viaja nos próximos dias para a Holanda para a disputa do Mundial de Vela, que oferece vagas para os 11 países que obterem a melhor classificação. Vale ressaltar que não são os 11 melhores atletas que se classificam, e sim os países que eles representam. “A meta do ano é classificar o Brasil”, projeta Isaac.
Ao contrário de outros atletas, que sonham a vida inteira em estar numa Olimpíada, Matheus via os Jogos Olímpicos como algo distante até certo tempo. Ele conta que não tinha conseguido se adaptar aos equipamentos que, até então, eram usados nos Jogos Olímpicos.
“Era um negócio meio distante para mim, mas eu assistia a vela nas Olimpíadas, sempre gostei de acompanhar, mas não era uma coisa que eu sonhava em estar”, lembra. Depois da introdução da modalidade, Isaac passou a ver com bons olhos a chance de competir no mais alto nível que o esporte mundial oferece.
“Lembro que quando surgiu essa oportunidade foi quando comecei a pensar que era uma possibilidade, imaginar estar lá. Se Deus quiser vai dar tudo certo”, completa o atleta.
Fonte: R7
Foto: Divulgação